Sobre o teu corpo caio daquele modo que o verão tem de espalhar os cabelos na água esparsa dos dias e faz das peónias uma chuva de oiro ou a mais incestuosa das carícias Eugénio de Andrade Véspera da àgua
domingo, 30 de novembro de 2008
sexta-feira, 28 de novembro de 2008
Pablo Neruda
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4kQA2hj0uA5u09xTAb0KAJ45tZ7lJoZdwYNo39vk3SNc2_99ZCbLPvqaaWsbMxFDj0_P2QEUKLPw8IuEGMr4hvUWfPG84JuJ6PJVlDDHHEhp2N_bTqiwNSSUBYvi7qhHtrU_PF-sy0HdM/s320/cat.jpg)
Tu és filha do mar e prima do orégão,
nadadora, teu corpo é de água pura,
cozinheira, teu sangue é terra viva
e as tuas regras são floridas e terrestres.
A àgua vão teus olhos e levantam as ondas,
à terra as tuas mãos e saltam as sementes,
sobre água e terra tens propiedades profundas
que em ti se juntam como as leis de greda.
Nàiade, corta o teu corpo a turquesa
e já ressuscitado floresce na cozinha
de tal modo que assumes quanto existe
e por fimadormeces entre estes braços que afastam
da sombra sombria, para que tu descanses,
legumes, algas, ervas: a espuma dos teus olhos.
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