domingo, 15 de fevereiro de 2009

Herberto Helder

Espaço que o corpo soma quando se move,
não apenas o espaço mexido pelos dedos, mas
o superlativo,
a dança,
arte dos números,
e o que se inventa e entesoura,
punhados de ouro grosso enquanto se atravessa o sono,
e a matéria sombriamente escrita,
o espaço interno do teu nome, ah o teu
amargo, árduo, agudo,
quente
nome lavra a minha língua lenta, digo:
o fósforo e a lixa do teu nome riscam
e calcinam
a língua portuguesa

A Faca Não Corta O Fogo Herberto Helder

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